Iria acompanhar o Davizinho durante a também primeira vez
dele no Havaí. E primeira vez da família também. Todo mundo marinheiro de
primeira viagem. Conheci o Davi no projeto Praia para Todos do ano passado, em
2015. Era carnaval e ele estava fantasiado de surfista, a cadeira de roda tinha
uma prancha e a parte de trás formava um tubo. Pra ele, ainda era fantasia ser
surfista. Sempre acreditei na fotografia como uma arma transformadora do mundo
e tento me utilizar dela pra disparar algumas mensagens por aí. A mensagem do
Davi foi a mais significativa que tive até hoje. E com o melhor feedback não só pra mim, mas
pra muitas pessoas a minha volta, direta e indiretamente.
Enfim, a trajetória do Davizinho a maioria deve conhecer.
Depois da nossa sessão de fotos, o moleque virou surfista mesmo e não parou de
voar. E voou tanto que lá fomos nós para o Havaí. Ah, tem um outro personagem
que esqueci de introduzir: meu guru máximo da fotografia, que atende pelo nome
de Thiago Theo. Uma das maiores referências que tenho dentre os mortais.
Mineirinho, cheio do sotaque, não pensou duas vezes quando disse que estava
indo com o Davi pro Havaí: comprou passagem de ida e volta, com a proposta
singela de “produzirmos um filme por lá”.
Beleza, topei, ele tá dizendo, né? Não tínhamos ideia do que
encontraríamos. Só combinamos de começar o filme com uma imagem aérea, de
drone, dos surfistas no mar, porque de cima todo mundo é igual. Achamos que o
Duke’s Ocean Fest era somente um torneio, como os outros: baterias, vencedores,
medalhas, acabou. #sqn. Não tínhamos ideia da dimensão, da real vibe “aloha”,
do cheirinho de Havaí, verão no Havaí, alguém balançou o pé de japoneses e
Tóquio estava em peso por lá! Um mero detalhe! O que mais nos chamou a atenção
foi a comunidade que havíamos encontrado, os abraços apertados que recebíamos
dos surfistas, a troca, a presteza e a vontade de nos agradar! Sabe pinto no
lixo? Eu e Thiago éramos dois! Por vezes nos pegávamos boiando naquela água
azul e demasiadamente salgada, rindo pro céu!
Filmamos bastante, comemos poke. Comemos muito poke!
Tentamos tocar Ukulele e faltaram as entrevistas dos surfistas para nosso
vídeo. Tudo ia muito bem, elaboramos três perguntas:
- Por que você surfa?
- Qual é o seu grande sonho?
- Você tem uma mensagem para passar pra quem assistir a esse
vídeo?
Não conseguíamos chegar na segunda pergunta. Olhava pro
Thiago e estavam os dois aos prantos. “Nada de filme sobre o festival. A gente
PRECISA contar pras pessoas o que estamos vivendo aqui”. E a essa altura, você
deve estar se perguntando “o que vocês estavam vivendo lá?” . A resposta está
aqui, no filho que fizemos lá, chamado “Adapt your Mind”.
Lembra da ideia de começar o vídeo com a imagem aérea, dizendo que todo mundo é
igual? Essa ideia caiu pro filme, mas pro pôster ela funcionou bem! Bem-vindos
à vida!"
Por Ana Catarina Teles
@anacatarinaphoto
Por Ana Catarina Teles
@anacatarinaphoto